Vida de Brinquedo
Terceira noite:
Terceira noite:
Beatriz
deitou para dormir, e, ao pegar no sono, uma bonequinha loira muito bonita a
chamou:
_ Beatriz, Be, acorde, nós queremos
brincar com você. Venha, nós temos muito que nos divertir.
E Beatriz, como num sonho, acordou e
foi brincar com sua boneca de vida encantada. Por alguns momentos ela pensou que
estava sonhando com a Emília do Sítio do Pica-pau Amarelo, mas ela era bem
diferente. Mesmo um pouco assustada, viu que era seu grande sonho se realizando
e foi brincar com sua boneca de Pano que ela apelidara de Lalá. Ela realmente tinha
vida, seus olhinhos brilhavam e mudavam de cor cada vez que ela falava ou
sorria para Beatriz. Em seu sonho quase que real, elas foram para um vale
encantado muito bonito. Lá elas podiam comer chocolate à vontade, balançar nas
árvores, nadar em lagoas encantadas e conversar com muitos entes da fantasia.
Beatriz se encontrou com a Princesa
Rindará, um ente dos contos de fadas e com um soldadinho Malhado, personagem do
exército protetor dos brinquedos. Foram brincar de roda e cantar cantigas de
ninar. Mais à frente, ela se deparou com
o Pássaro Fênix, ainda bebê, voando sobre sua cabeça, mas que nem deu atenção a
eles, estava com muita fome e precisava encontrar a sua mãe. Ele era azul e
verde e todas as noite e escapava de um relógio cuco, considerado com defeito,
pois só apitava durante o dia. Logo em
seguida, passaram gatinhos, ratinhos e cachorros correndo por ela. Eles
participavam de uma competição de salto à altura. Ela quis entrar na
brincadeira, mas não conseguia correr na velocidade deles. Chamou Fênix, que voltava satisfeito por ter
matado a sua fome, para que ele lhe mostrasse seus desenhos animados que ela só
via na televisão, mas muito travesso, ele voou com muita pressa para bicar as
árvores que tinha por perto. E mais ume vez a menina teve que correr atas dele
e de suas belas penas laranja, e a cada vez que ele bicava uma árvore nova,
soltava um grande sorriso de satisfação.
Um pouco mais a frente ela se deparou
com uma menina que levava uma cesta de bolo de cenoura com chocolate, claro que
Beatriz comeu metade do lanche da garota, e com outra loira com uma cara muito conhecida,
que procurava o dono de uma corrente perdida, essa corrente tinha uma cara metade.
E quando essa princesinha achasse o dono da corrente, poderia se casar com o
seu príncipe. Aproximou-se e foi conversar com elas:
_
Olá Princesa Gelinho, olá Princesa Baianinha!
_
Olá, Beatriz, tudo bem? Você está gostando de visitar nosso reino encantado?
Venha conosco que nós vamos levar as frutas para minha bisavó e depois nos
encontraremos como nossos príncipes encantados. O seu com certeza estará junto
a sua espera. Disse a Princesa Gelinho à menina.
Beatriz aceitou e seguiu o caminho com
as duas princesas. Ela tinha muito medo de encontrar com uma bruxa má pelo
caminho, mas, como em seus sonhos só acontecia o que ela queria, ela cortou a
parte da bruxa que a amedrontava e foi passear com seus amigos do Conto de
Fadas. Às três meninas se juntaram ao soldadinho malhado, e foram até o cavalo
mágico, que os levaram até o quarto de Beatriz para que ela pudesse dormir e
fazer suas lições do dia seguinte.
Quando amanheceu, Beatriz não sabia se
havia sonhado ou se tudo o que passou era real. Na dúvida, guardou segredo. Mas
foi tomar seu café da manhã com sua mãe e depois subiu para o quarto para
estudar.
Começou a fazer o dever de Língua
Portuguesa, e quando os bonecos viram que sua mãe havia saído para trabalhar, e,
que ela estava só, em casa, foram ajudá-la e estudar. A Princesa Gelinho leu a parte do livro que
Beatriz deveria conhecer para responder às questões propostas pela
professora. Os soldadinhos malhado e a Princesa
Baianinha lhe ajudaram a contar os brinquedos do quarto para fazerem as contas
e os problemas de Matemática, o mapa encantado que veio na bolsa do aventureiro
Apolo e a indiazinha lhe mostrou noções da Geografia mundial e como era o
relevo no mapa do Brasil. Com isso, Beatriz fez todo o seu dever e não errou
nenhuma questão.
A menina, então, teve que descer para
almoçar, pois deveria ir para escola antes das 13h00min, onde faria prova de
Matemática. Como o soldadinho malhado era o menor de todos os bonecos, e sabia
muito bem a matemática, ela, então, o pegou e o colocou na bolsa. Então,
durante a prova, ele se tornou invisível e ajudava Beatriz a fazer desenhos
para que pudesse contar nas operações e saber seus resultados. A menina não
errou nenhuma conta e tirou nota dez nas provas e nos deveres.
Quando a mamãe chegou em casa, os
deveres de garota já estavam resolvidos e todos os que foram entregues tinha as
notas muito altas, sua mãe ficou muito contente perguntou que presente Beatriz
queria. Depois de muito pensar, Beatriz pediu a sua mãe que lhe desse um
vestido como os das princesas para que ela pudesse dançar com o príncipe quando
tivesse baile na terra encantada, e se importou em escolher uma cor bem
diferente. Então, ela escolheu um vestido verde bem forte, cor que só a fada
madrinha tinha, mas o tom era bem diferente. A mãe concordou e, em uma semana,
o vestido estava pronto.
Assim, Beatriz estava bem equipada
para ir ao baile dançar com o príncipe e se tornar uma das novas princesas do
reino da fantasia, sem que ninguém do mundo dos adultos soubesse. Seria uma
experiência única em sua vida. E, quando ela crescesse, quem sabe, poderia
contar às outras crianças a grande aventura que ela tivera em sua infância.
E assim, ao cair da noite, o baile se
iniciou na Terra da Fantasia, e lá estava na portaria, o Menino Voador e sua
amiga Pirlimpimpim para recepcionarem seus convidados. Lá estavam também os quatro
irmãos, amigos do Menino Voador: Rosita, Leandro, Atílio e Minguelim. Eles
deixaram de crescer e de se tornarem adultos para seguirem caminho na Terra da Fantasia
junto ao Menino Voador. Rosita veio logo
puxando Beatriz pela mão e a levou para conhecer toda a Terra da Fantasia.
Depois vieram o Leandro, Atílio e Miguelim e todos deram-se as mãos. Ela pensou
que brincariam de roda, e quando ela percebeu, estavam todos voando pelas
cabeças dos demais entes encantados e lembraram que deveriam voltar para casa
de Beatriz, pois já havia amanhecido a muito tempo. Mas o Menino Voador, muito
esperto deu um jeito no relógio da terra e modificou o horário para que sua mãe
não acordasse e sentisse a falta de Beatriz.
Ela então dormiu em seu quarto e os três se esconderam em seu guarda
roupa para que nenhum adulto desconfiasse do acontecido.
Beatriz fez suas obrigações matutinas
como todos os dias, tomou seu café e foi mais uma vez estudar suas tarefas, mas
dessa vez Minguelim e o Menino Voador a ajudaram a fazer o livro de histórias
encantadas que a professora de Redação havia pedido. Com o livro pronto, foram
fazer o dever de História, foi a vez do mapa encantado entrar em ação novamente.
Cada vez que ela tocava num lugar do mapa, a história do mesmo aparecia para
que ela pudesse ler. E assim, ela leu muitas histórias de países da América, da
Oceania, conheceu a história do Líbano e a descoberta do Brasil.
Então, como último dever do dia, Beatriz
escreveu duas cartas aos amigos da fantasia e levou para a professora de
Gramática ver se ela sabia conjugar os verbos de forma correta. Ela escreveu
uma carta ao príncipe encantado que a levaria para um passeio a cavalo e outra
à bruxa da Branca de Neve para que ela não lhe desse nenhuma maçã
enfeitiçada. E seu pedido foi realizado
por eles. E, em sua aula, a professora
adorou as suas redações, lhe disse que parecia mesmo algo real e que ficara
muito impressionada com a sua facilidade em escrever redações fantasiosas.
Mas chegou o momento de Beatriz mudar
de sala para ter outras matérias, ainda bem que havia acabado o horário da aula
de redação, afinal, ela podia escapar de mais perguntas da professora, e não
corria o risco de entrar em contradição ao inventar algo. E lá na outra sala, entregou
todos os seus deveres e teve muitas aulas interessantes, é claro seus fiéis
companheiros, soldadinho malhado e o cowboy foram com ela, escondidos em sua
mochila. Dessa vez, ela não levou sua boneca preferida, nem a Uvinha, elas
precisavam descansar, pois seriam as guardiãs na menina nas próximas noites.
Ao
chegar em casa, Uvinha tinha lhe preparado uma grande maquete dos pontos turísticos da cidade para que ela
estudasse para o dever de Artes do outro dia. E, então, caiu no sono.
Beatriz foi ficar um pouco com sua
mãe, que gostava muito de ler livros para ela. Elaine, mais uma vez, lhe disse
estar muito contente com desempenho em sala de aula e no estudo, e lhe
parabenizou. Elas conversaram muito sobre suas notas, seus estudos, e Beatriz
realmente tinha aprendido muito com seus novos amigos.
Elas tomaram café juntas e tiveram uma
longa conversa sobre o que fariam nas férias. Resolveram passar uma semana na
praia e uns dias na fazenda do avô. Beatriz, então, foi para o seu quarto e
olhou a maquete pronta, ela estava linda, agradeceu muito à Menina Uvinha. Foram, então, brincar de roda. Dessa vez,
todos os brinquedos entraram na roda e foi uma grande confusão, uns brincavam
muito rápido e derrubavam outros que não acompanhavam, outros tentavam correr
atrás, mas como as perninhas eram pequenas, caíam ou tropeçavam pela roda. Então,
as fadas foram tentar solucionar o problema, pensaram em algumas soluções, como
aumentar pernas de uns, diminuir de outros, ou até dar sapatos de salto para os
baixinhos. De alguns as pobres fadas erraram nos cálculos, e ficaram até meio
desiguais. E o mais divertido continuou sendo deixar os bonecos caírem pelo
chão, porém, colocaram um grande tapete para que eles não se machucassem. Após
prepararem uma grande competição, realmente, começaram a quarta noite.
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