Homenagem ao grupo de dança Vivência Corpo e Dança Corali Fernandes
       Como podem em um movimentar de corpos virar um pássaro? Pássaro-ave-mulher, representando a angústia, e como paradoxo, possibilitar minha (e outras) libertação?
          De uma louca insana, representando um dos muitos eus, se transforma num espalhar de amor, que morre e renasce a cada dor, e nos tombos levados na vida, e pela vida, que é tão menosprezada em um pequeno palco de dança...
          Após a angústia, a flor que renasce no jardim multicores, que vão mais uma vez do nascimento à morte, para mostrar que novamente, da terra saem as sementes, que retornam para adubar todas as outras flores que reiniciam seu ciclo.
          No correr do tempo, para o emocional, entra no cotidiano, lá está o tempo implacável, com sua postura de nova louca, que nos marca, e em postura rigorosa, mostra o quão cruel é o tempo, num cotidiano, em que nossa existência perde todo o sentido e nos resta apenas o obedecer da tecnologia, a nossa subordinação ao mundo, ao crescimento, ao ganhar e ao homem.
          Mas com seu trem você levava a locomotiva sempre em frente, correta e equilibrada até que ela surta pelo “seu” sistema e retorna a louca e desequilibrada do Adágio, mas com outra voz, sem uma prisão, solta e livre em seus passos, e assim é o tocar da vida. Nosso nascimento em flor, nossa morte no vácuo da loucura, na insensatez de dores, na libertação da dança e nós diante do palco a chorar... nossa perfeita realidade nos palcos do teatro. 

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