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Mostrando postagens de julho, 2019
Entre um gole e outro 2016 Capítulo 1:             Ainda me lembro perfeitamente daquela noite, ela vira transtornada de um espaço do bar, após uma discussão severa com alguém, um homem que eu não conhecera, só se ouviam as vozes, algumas falas nervosas e desordenadas, outras pessoas conversavam ao redor e em outros ambientes. Alguns bebiam, outros jogavam;           Ela, que às vezes, eu só vira pela noite, não tinha muita intimidade, aparecera muito nervosa, fora de si, o acusava de desrespeito. Revidavam críticas, trocavam ofensas chulas e assustadoras, de um nível muito baixo. Em meio às falas ríspidas, ameaças de ambas as partes.           Alguns presenciavam, alguns tentavam acudir ou parar a briga, outros ignoravam, e continuavam a se divertir. Os donos do local, entretidos em servir e atender, atarefados nos arredores, nos cômodos de dentro nem se importavam. Não podiam se responsabilizar por tudo.           Ela era o amor dele, que ele não conseguia ter, vivia a
Homenagem à minha amada avó Laila Murad Relicário           Há quanto tempo já não a vejo. Andou deixando saudades por aqui. Seus bisnestos já estão correndo pela casa, já são quatro. Lembranças, lembranças, saudades, é grande a sua falta.           Engraçado, muita coisa mudou, mas muitas continuam as mesmas, Marcela ainda tem o cabelo de Gal, Fafá ainda permanece muito, muito magra, e eu, como sempre, estudando... Parece que foi ontem que celebramos seu aniversário e que nos vimos pela última vez... Mas minhas maiores lembranças continuam outras, de encontros mais antigos. A Baixinha continua a cantar, e eu atrapalhada com minhas paixões, o que seria de meus livros sem elas?           Mamis pegou seu ofício de fazer quibe e coalhada, e para minha surpresa, não anda nada atrás (bem se lembra que ela nunca gostou de cozinhar). Lailinha já está na faculdade, daqui a pouco tira doutorado antes de nós! Rsrs           Saudade de suas histórias, nem Mariza anda contando mais.
Conto Vidas Roubadas Capítulo V           Infelizmente, mesmo com um filho muito novo, Fabrício não foi dispensado da batalha. Seus superiores alegavam que sem ele, muito bom estrategista, a batalha estaria perdida. Ele receberia proteção especial para liderar todas as frentes. Havia infiltrações muçulmanas por todos os cantos. A equipe do sul do país era a maior e a mais bem preparada. Fabrício pediu aos chefes de Estado africanos que cedessem um grupo de amazonas para ajudar nos enfrentamentos. Eu não tive escolha. Com meu filho pequeno nos braços instalei-me na casa dos meus pais, mas dentro de alguns meses, deixaria o garoto em segurança e me uniria a Fabrício.           As notícias dele demonstravam que ele estava bem. Eu sabia que, às vezes, ele se expunha demais para proteger os homens os quais comandava, entrava em posições estratégicas de ataque e corria sérios riscos. Mas como tinha muita experiência, conseguia escapar com maior facilidade dos ataques.           U
Vidas roubadas Sinopse           Bum! Bum! Barulho de bombas a todo tempo. Corpos chegando: mortos, feridos ou desfigurados. Angústia e uma única certeza: a morte iminente. A cada batalha, o sangue vermelho tingia o solo e os corpos que lá restavam, vivos ou não, pintavam uma nova paisagem que a geografia do local ainda não conhecia.           A vida perdia o sossego. Nós, mulheres nas tendas, aparentemente protegidas, rogávamos a Deus por aqueles nas frentes de batalha, e a cada dia ou noite, não sabíamos se voltariam vivos ou se seriam entregues para um último adeus.           O cenário se modificava mesmo nos pequenos enfrentamentos, como nos palcos de um teatro ou de um espetáculo de dança. Os palhaços não transmitiam alegria e, sim, a angústia que sempre os habitava. Na frente da batalha, um grande líder. Nos bastidores, eu estava como voluntária na enfermaria para curar a dor e estancar o sangue que jorrava dos feridos. Lutar por um único ideal era o que nos unia. O
Homenagem ao grupo de dança Vivência Corpo e Dança Corali Fernandes        Como podem em um movimentar de corpos virar um pássaro? Pássaro-ave-mulher, representando a angústia, e como paradoxo, possibilitar minha (e outras) libertação?           De uma louca insana, representando um dos muitos eus, se transforma num espalhar de amor, que morre e renasce a cada dor, e nos tombos levados na vida, e pela vida, que é tão menosprezada em um pequeno palco de dança...           Após a angústia, a flor que renasce no jardim multicores, que vão mais uma vez do nascimento à morte, para mostrar que novamente, da terra saem as sementes, que retornam para adubar todas as outras flores que reiniciam seu ciclo.           No correr do tempo, para o emocional, entra no cotidiano, lá está o tempo implacável, com sua postura de nova louca, que nos marca, e em postura rigorosa, mostra o quão cruel é o tempo, num cotidiano, em que nossa existência perde todo o sentido e nos resta apenas o obedece
Análise da dança de Corali Fernandes- Adágio                Ao te ver dançar a música Adágio, pude me deparar com uma historicidade que me tocou de forma muito emocionante.           Seu corpo mudava por inteiro conforme o mesmo tocar da música, às vezes profundamente suave, às vezes desequilibrado e doido. Penso que sujeitos são esses? Que forma sujeito você representa? Quais as posições sujeito em seu corpo em uma mesma música? “São as suas possíveis, ou uma outra formulação?” (Orlandi,2004, p.14)             Sujeito mãe que perde o filho no início, sujeito lutadora e obstinada por vingança, por ocupar um espaço que até então, só cabia ao universo. O verbal dito pelo não verbal (ORLANDI, 1995), sujeito solo, que se mistura à terra e ao chão que é seu palco, que vira seu mundo, que te recolhe maravilhosamente pequena, filha ao próprio   útero. Que logo após se solta e se desprega. Sujeito ventania, explosão, que sai de dentro de si e ocupa o espaço conquistado-terra-universo
Parafraseando Eça        Parafraseando Eça... um amor que venha a nutrir por mim não pode ser mais platônico. É algo sublime que nos invade, mas que pode em um pequeno deslize, pode nos destruir ou desgastar. É um risco de uma perda o qual não quero correr... Nada do que já possa existir entre nós pode ser mais sutil, diria até sublime, que não deve ser exposto às prováveis peças do desti no que causariam desgastes e dores com o correr do cotidiano ou de um passar do tempo...           A convivência me traz a infância, a esperança de uma arte nunca vivida e a hipótese de mudar o correr da vida, como se mudam os cursos dos rios...           Sua irreverência e maluquice me remetem a uma infância que não me deliciei como deveria e a todo frenesi que me criei e ao arredoma que me trancafiei...           Não permita que a concretude carnal de um sentimento comece a morrer no encostar dos lábios de um primeiro beijo... Caminhemos para toda uma eternidade... J`adore mon petit!!!!!
Dica de Leitura: "Correspondentes" Livro Memória Globo, 2018 "Entrevista com Yasser Arafat, Líbano, 1979; Em 1979, Lucas Mendes viajou para o Líbano com o repórter cinematográfico Henderson Royes e o produtor Otávio Escobar com a missão de conseguir uma entrevista exclusiva com o líder palestino Yasser Arafat. A reportagem foi ao ar no Jornal nacional.
Foi, nessa casa, onde me guardaram, que escrevi a maior parte de um romance: como ser homossexual na atual conjuntura política. Apenas um amigo sabia do meu livro e de meu verdadeiro endereço, o que me socorreu e me emprestou sua propriedade, Calos era seu nome, os demais pensavam que estava nas propriedades da minha família, há quilômetros. Com o tempo, fui conhecendo os que lá frequentavam. Os meus amigos héteros nem imaginava que eu estava com essa turma, como sabiam do recesso, pensaram que estava viajando. Ele levava água, comida, tudo na calada da noite. Deixou meus livros, meu computador e cadernos para que eu desenvolvesse meus trabalhos, com uma certa liberdade, e, fiz, nessa época, a minha maior produção literária.   Um pedaço do meu novo romance "YIN"
Amo esse poema.... Autopsicografia Fernando Pessoa O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
Saindo do forno.... Último livro iniciado, nem nome tem ainda rsrs _ Não sei se te interessa, mas digo do mesmo jeito, meu casamento acabou definitivamente. Era tudo o que ela esperava ouvir em cinco anos. Não havia peito que suportasse o pular do coração. Ela o amava com toda a sua alma, e o desejara como jamais o fizera com, nenhum outro que passara por sua vida.  E, ela se via, novamente, diante da possibilidade de realizar o sonho amoroso de toda uma existência.
Aula cinco: Forró – dançarinos de marrom O primeiro som a iniciar é de uma sanfona, vindo do início da sala. Começa baixo, porém agudo, como se convidasse os participantes para adentrarem o salão. Os professores iniciam separados, com passos curtos, se jogam de um lado para o outro. Após treinar, o professor orienta: – Agora, peguem seus pares, braço firme atrás das costas da dama. Dois para lá, dois para cá. Passos curtos, sem pular, deixem o corpo sentir o balanço da música. E, nas explicações, como que carregados levemente pelo som, a dupla de marrom gira o salão. Parece que já dançavam há anos. Ensaios perfeitos e muita sincronia. Sabiam poucos passos, era pequena a experiência nesse ritmo. Mas mesmo com a dificuldade e uns tropeços pelo caminho, os dançarinos iniciantes se deixavam guiar como se puxados por cordas pelos instrutores. Como natural numa primeira aula, a música tocava devagar. Uma melodia mais lenta, como para justificar o pouco conhecimento dos per
E a nova dica de literatura é o livro "A Menina que Roubava Livros" " O Eclipse Depois vem uma assinatura preta, para mostrar os polos da minha versatilidade, se assim lhe agrada. Foi no momento mais escuro antes do alvorecer. Dessa vez, eu tinha ido buscar um homem de uns vinte e quatro anos, talvez. De certo modo, foi uma coisa bonita; O avião ainda tossia. A fumaça vazava de seus pulmões. Quando ele caiu, fez três sulcos profundos na terra. Agora sua asas eram braços serrados. Nada de bater,nunca mais. (...)" (p.15). "  QUANDO A MORTE CONTA UMA HISTÓRIA, VOCÊ DEVE PARAR PARA LER!" Markus Zusak, 2010
A dança do Vilarejo Libanês           Por Tarik Murad- Jornal O Mundo Proibido           A dança acontece em uma vila cheia de macieiras e plantações de uva e se refere à colheita do mês de Setembro, todos os anos, nos vilarejos do Líbano, onde os moradores seguem as tradições dos seus ancestrais. Esses vilarejos são famosos, por tais tradições, cultuadas até hoje, como homenagem aos descendentes e parentes queridos, que as levam de geração em geração.  É claro que há algumas modificações, como em qualquer costume, mas o básico da tradição é respeitado até os dias atuais. Muito desse costume consiste na cooperação da família e nesse caso, toda a Vila se torna uma comunidade.           Em meados de setembro, diversas famílias se encontram em seus campos, ou suas casas, para celebrarem a temporada da colheita do vinho. As uvas colhidas das parreiras são separadas em grupos, umas para fazer Arak, que é um aperitivo alcoólico, que mesmo proibido, não deixa de ser consumido por fam
Quinta noite           Assim que os pais de Beatriz saíram, os brinquedos pularam para a sua cama e a acordaram.           _ Vamos, Be, nós temos uma surpresa para você hoje. Você irá reencontrar outro ente do reino da fantasia muito especial. Disse o carrinho de plástico. Você já a conheceu, mas passaram pouco tempo juntas e ela te adorou!           _ É eu também acho que você vai gostar mais ainda dela, sabe a boneca de Pano e Palha?           _ A que mora no Faz de Conta??? Eu a adoro!! Disse Beatriz. Eu estava mesmo louca pra reencontrá-la.           _ Ela mesma, afirmou um ioiô encantado, que sorria para ela, e logo deu em salto do armário para a sua cama. A Boneca Linda lhe deu um belo vestido rosa de florzinha e pediu que ela o vestisse. A carruagem da Princesa Rinderá já estava à espera deles e os levariam para encontrar Lulu, o Conde Sábio, um bibliotecário, e escritor, apesar de ser um elefante, e toda a turma da Fazenda do Faz de Conta, além da boneca.       
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E minha dica de leitura é "OS MAIAS" de Eça de Queiroz, meu amado livro, que eu gostaria de ter escrito, romance predileto e meu autor preferido..... "Nunca Maria Monforte parecera mais bela: tinha uma dessas toilletes excessivas e teatrais que ofendiam Lisboa e faziam dizer as senhoras que ela se vestira como uma cômica." (QUEIROZ, OS MAIAS, 1888, p.30). "Não tardou de resto a falar-se em toda Lisboa da paixão de Pedro da maia pela negreira. Ele também namorou-a publicamente, à antiga, plantado à uma esquina, defronte dos palacetes dos Vargas, com os olhos cravados na janela dela, imóvel e pálido de êxtase."(QUEIROZ, OS MAIAS, 1888, p.30). "Quando voltei achei esta carta. Era um papel já sujo, e desde essa manhã, decerto muitas vezes relido, amarrotado com fúria. Continha essas palavras: 'É uma fatalidade, parto para sempre com Tancredo, esquece-me que não sou digna de ti, e levo Maria porque não me posso separar dela'." "N
Não resisti.. tenho outra dica de literatura Quem sabe vão virar diárias rsrs O livro é "SONETOS" de Florbela Espanca FANATISMO (1923) Minha alma de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver Não és sequer a razão do meu viver Pois que tu és já toda minha vida Não vejo nada assim, enlouquecida, Passo no mundo meu amor a ler O misterioso livro do teu ser, A mesma história tantas vezes lida (...)  
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Elis Murad Mohallem Ferreira nascida no ano de 1985, no dia 25 de outubro, em Itajubá e é descendente de libaneses. Cursou Jornalismo na Univás de Pouso Alegre e concluiu o Curso de Letras na Fepi – Itajubá.   Fez mestrado em Análise do Discurso cuja dissertação final apresentou a sedução na personagem   Maria Monforte do livro Os Maias de Eça de Queiroz, comparado à adaptação de Maria Adelaide Amaral apresentada na minissérie televisiva. A dança é uma paixão que transparece como sedução no seu primeiro livro (escrito): “Às Escuras”. Marília Bustamante Abreu Marier Mestra em Ciências da Linguagem, pela Univas em 2014. Escritora do romance "Aquarela de Uma Dança", 2018.