Tentei
suprir tamanha dor, envolvendo-me, outras vezes, mas sempre buscava meu
jornalista tão sonhado nos rostos e corpos alheios, como quem busca viver o
sonho na dura realidade. Escrevi histórias desordenadas, e a minha dor no papel
mostrava o coração em tamanho desespero. Perguntava-me o que estava errado, e
por que vivia aquele tamanho castigo. Não havia sido digna de seu amor e nossos
destinos pareciam nunca mais se cruzar. A dor dilacerante me levava a
arrebatamentos de loucura e eu forjava, propositalmente, a realidade para que
me parecesse menos insana e cruel. Estava muito apaixonada e pensava que o
único escapismo era a morte. Tentava compor desabafos de dor. Na dança,
equilibrava-me, e, na literatura, buscava algo que suprisse tamanho amor.
Perguntava-me com frequência: Por que esse amor negado?
Trecho de um conto
😮😰😣👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
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