Tentei suprir tamanha dor, envolvendo-me, outras vezes, mas sempre buscava meu jornalista tão sonhado nos rostos e corpos alheios, como quem busca viver o sonho na dura realidade. Escrevi histórias desordenadas, e a minha dor no papel mostrava o coração em tamanho desespero. Perguntava-me o que estava errado, e por que vivia aquele tamanho castigo. Não havia sido digna de seu amor e nossos destinos pareciam nunca mais se cruzar. A dor dilacerante me levava a arrebatamentos de loucura e eu forjava, propositalmente, a realidade para que me parecesse menos insana e cruel. Estava muito apaixonada e pensava que o único escapismo era a morte. Tentava compor desabafos de dor. Na dança, equilibrava-me, e, na literatura, buscava algo que suprisse tamanho amor. Perguntava-me com frequência: Por que esse amor negado?

Trecho de um conto

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