Nós acabamos não retornando às salas de aula. Ficamos trabalhando reclusas durante todo o tempo de atrocidade, e depois, eu solitária, apenas com companhias raras de colegas de profissão. Alguns votaram à academia, muitos deram lugares aos mais novos. Demorou um bom tempo para os estudos normalizarem, as faculdades serem criadas ou recriadas. Elas precisavam de “sangue novo”. Nossos trabalhos continuaram a embasar quem ocupou nossas cadeiras, inclusive alunos.

Decidimos ficar na Europa. Pensávamos em ir ao Brasil conhecer, pois tínhamos parentes os quais não víamos há  anos, que fugiram para lá, na época que o nazismo começou. Gostaríamos de visitar pesquisadores que pertenciam aos estudos linguísticos, mas tivemos que adiar. Uma pesquisadora, Eni Orlandi, filiada de Michel Pêcheux tinha iniciado seus trabalhos de análises na França e trouxera essa nova vertente pro Brasil. Gostaríamos de conhecer de perto (..)
Romance Yin

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