Romance "YIN"
“As
mulheres sobrevivem a qualquer invasão, mas à do corpo, é quase impossível
superar. A dor emocional é maior que qualquer abalo físico. O abuso é um marco
eterno, uma tatuagem, um estigma. A pior suástica que um nazista pode colocar
em um judeu, em uma mulher, ou uma homo, como eu. A vergonha da submissão doía mais que os
machucados físicos. Ela vinha acompanhada do medo, da raiva, do ódio, do
fracasso, da impotência, da mutilação... minha mutilação”.
Mas,
nesse novo esconderijo ficamos até o fim desse período macabro. A situação já
estava começando a se normalizar, os países já pressionavam para o Nazismo
chegar ao fim, e a mente das novas gerações já estava mudando. E os quatro
viviam mais tranquilos. Conseguiram se mudar naquela madrugada para a cidade de
Miltenberg e lá o nazismo já não imperava tanto. E os quatro se tornaram mais
uma vez um casal de héteros E Débora, num descuido, engravida.
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Mas você me traiu! Reivindica Clarissa.
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Era meu maior desejo, e você sabia disso, eu sempre quis ser mãe. Você não
tinha o direito de me privar. Eu afirmei, mas me doeu muito saber que ela
estava sofrendo daquele modo, achei que ela aceitaria com mais facilidade.
E ficamos, por um
mês, brigadas, mas morando juntas e ela cuidava de mim, pois eu passava mal com
frequência. O tempo passou, e voltamos a publicar nossos estudos com muita
cautela, codinomes, ainda e sem muita frequência. Até que o bebê nasce e nós
temos que proteger mais um. As condições já não eram tão sub humanas, e os
governos de outros países nos proporcionavam ajudas humanitárias. Muitos anos
se passaram. E, finalmente chega o ano de 1945, e a gente se muda para Portugal
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